PSOL questiona governo Bolsonaro sobre denúncias de perseguição a jornalistas na EBC

PSOL questiona governo Bolsonaro sobre denúncias de perseguição a jornalistas na EBC

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, e o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, são os destinatários de dois requerimentos de informação que a bancada do PSOL na Câmara protocolou na última terça-feira (23) à tarde e que buscam esclarecer as denúncias de perseguição ocorridas dentro da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), vinculada às duas pastas.

Entre os fatos recentes estão o afastamento de um repórter da EBC e o pedido para que o Facebook excluísse um grupo privado formado por funcionários da empresa – pedido que foi negado pela Justiça Federal.

De acordo com reportagem da revista Época, um jornalista não identificado da Rádio Nacional, que cobria o Ministério da Saúde desde o começo da pandemia no país, questionou em 4 de junho sobre os critérios usados para ocupação dos cargos comissionados no Ministério da Saúde e acrescentou a pergunta: “Militares e empresários sem nenhuma experiência em saúde pública terão condições de combater a maior pandemia dos últimos 100 anos?”.

Uma hora e meia após enviar a pergunta por Whatsapp num grupo gerenciado pela assessoria de imprensa da pasta, o jornalista recebeu uma mensagem de uma chefe da estatal e foi comunicado que não cobriria mais o ministério. A pergunta nunca chegou a ser respondida.

Entre as várias informações solicitadas pelas deputadas e deputados do PSOL, que devem ser respondidas em até 30 dias, estão: o nome do repórter, de quem partiu a ordem de afastamento e a informação sobre se algum ministro de Estado orientou, recomendou, aconselhou, advertiu ou determinou, direta ou indiretamente, o afastamento do repórter da EBC. Tudo devidamente documentado.

O PSOL também cobra explicações sobre relatos de que os profissionais que produziam uma matéria sobre a saída do ex-deputado federal Jean Wyllys do Brasil, após ameaças de morte que se intensificaram com a eleição de Bolsonaro, foram censurados pelas chefias da EBC.

Outra denúncia gravíssima, veiculada em 2019 pelo site da Revista Época, também está entre as justificativas do pedido de esclarecimentos: segundo o texto, “A EBC ordenou aos funcionários que não usassem o termo fuzilamento para falar do assassinato do músico Evaldo dos Santos Rosa, que teve o carro fuzilado por 80 tiros de fuzis no domingo, no Rio de Janeiro, por militares”.

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